SILVERINO OJÚ

Silverino Ojú (1976) é um multiartista baiano que mora e produz também em São Paulo. Começou com figurinos para teatro e produção de moda no Subúrbio Ferroviário de Salvador. Criou sua primeira coleção de roupas feitas de upcycling de sucatas, e lixo reaproveitado, como parte das oficinas de arte para conscientização sobre coleta seletiva com moradores locais no Projeto Espaço Livre da Universidade Federal da Bahia (1998).

Trabalhou como educador social em penitenciária e em vários projetos sociais, entre eles, uma oficina de confecção de instrumentos musicais e objetos, com lixo, além de outras ações na centenária comunidade do candomblé, Ilê Axé Opô Afonjá, onde é abiã.

Engajado em causas como a Luta Antimanicomial e a Reforma Psiquiátrica, realizou oficinas como autocuidado, barbearia e maquiagem, pintura e moda com pacientes e usuários no hospital psiquiátrico, Caps e Centros de Convivência AD para dependentes químicos de álcool e outras substâncias, e com moradores de via pública de Salvador usuários de crack.

No ano 2000, foi um dos finalistas do Concurso Nacional Levi’s – Anhembi Morumbi, com um jeans desconstruído  com patchwork de retalhos de tecido, aplicação de pedras brasileiras e fotos impressas do Recôncavo Baiano e de Salvador.

Ganhou o Prêmio Novos Talentos Barra Fashion Bahia (2001) com uma coleção de biquínis e micropeças retrô feita de crochê manual e acabamentos com neoprene e microlâmpadas, chamada Coleção Vaga-lume, num período de seca em que o país enfrentava o racionamento de energia e o risco de um apagão.

Formou-se em Artes Plásticas em 2001, na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Participou de exposições como Bienal do Recôncavo (2002), com uma colcha de retalhos pintada (figurativo) assinando sob o pseudônimo Gladys Jr., questionando o processo de curadoria e seleção dos artistas. Antes, produziu o Salão de Recusados, uma ocupação chamada Gare 223 (2000), em Cachoeira (BA).

Fotos: Rafael Berenzinsky

Expôs looks, de tecidos até ossos de boi, em São Paulo e Salvador, no Morumbi Shopping (2000), no Iguatemi Style Festival (2000), e na exhibit area da Associação Cultural Brasil Estados Unidos (Acbeu, 2001) e no Museu do Traje e do Têxtil (2006). Recentemente participou das edições dos desfile de moda Afro Fashion Day (2018/2019) promovido pelo jornal Correio*.

Utilizou atadura hospitalar para discutir o padrão de beleza normativa ao produzir o figurino da peça teatral Guilda (2006), vencedora do Prêmio Braskem de Revelação de Teatro. Assinou o figurino do filme longa-metragem Estranhos (2009), além de curtas como A Cidade Cargueiro (2008), Apreço (2009), Bicicleta do Vovô (2013), entre outros.

Assinou a produção de objeto para o longa-metragem Trampolim do Forte (2010) e de cenário para campanhas de TV. Dirigiu o curta Chupa essa uva – If I Were a Boy (2012), tratando da visibilidade trans e transfobia, no país que mais mata travestis.

Foi selecionado para os Salões Regionais em Valença (BA, 2006). Participou da exposição Vazio Voraz (2006), e mesmo com agravamento do problema ortopédico no quadril, que o afasta da cena, participou da 3ª Bienal da Bahia (2014).

Atualmente faz parte do Grupo Espaço Ativo, cuja proposta é discutir poéticas à margem do museu, com exposições Liquidificador (2018) e Amigo secreto (2019), no Núcleo de Participação e Cultura do Instituto Tomie Ohtake (SP).

Entre os trabalhos mais recentes, o projeto Coleção Fest a Pret’a que levanta discussão racial, geopolítica e valorização de ofícios manuais, no processo de produção. A autorreferência ao corpo, fruto de sua vivência pessoal, e a pesquisa sobre comida e intervenção urbana continuam sendo outros pontos importantes do universo de linguagens em que transita.

CLIPPING

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